Visitação à Mesquita de Foz do Iguaçu, passa a obedecer a um Ciclo de Turismo

O foco da Mesquita Omar al Khattab é a imersão do visitante promovendo o entendimento de costumes e religiosidade da comunidade.

Desde novembro de 2022, a visita turística à Mesquita Omar Ibn al-Khattab do Centro Cultural Beneficente Islâmico – CCBI, de Foz do Iguaçu, passou a ser cobrada. Isso devido a reforma física do local, que agora conta com um Centro de Recepção de Visitantes (CRV).

Antes da reestruturação e formalização de procedimentos, o turista ia direto à Mesquita, muitas vezes saindo sem entender a cultura islâmica ali presente. Agora, a visita passou um seguir um roteiro fixo chamado de “Ciclo de Turismo da Mesquita” que pode durar até uma hora. O CRV é um auditório confortável, que serve como o primeiro contato com a experiência. Enquanto os visitantes aguardam o horário da saída, atendentes do CRV começam a imersão do visitante no ambiente da Mesquita.

Foto divulgação Mesquita Omar Ibn al-Khattab

Hola El Kadri, administradora da Mesquita, destacou o papel social do Ciclo de Turismo. “Visamos oportunizar a geração de renda para membros da comunidade muçulmana, a exemplo dos artesãos que fazem a lamparina de Ramadã, as roupas cedidas aos turistas como os hijabs, as túnicas, e até produtos comestíveis vendidos na lanchonete da lojinha”, comenta.

O lucro obtido pela visitação, além de apoiar os artesãos, os fornecedores e pagar salários da equipe, é revertida para a aquisição de cestas básicas distribuídas à comunidade.

Primeiro passo da imersão

Os visitantes descobrem que o uso do véu é obrigatório para as mulheres. Além do véu, chamado de hijab, seguindo a cultura islâmica, as mulheres que usam roupas que mostrem algumas partes específicas do corpo, também são convidadas a utilizarem uma espécie de saia.

Isso vale para os homens que na hora da visita estejam usando bermudas ou shorts, e regatas. Eles também são convidados a utilizarem uma túnica que é de uso tradicional no mundo árabe. Se o visitante masculino quiser imergir nos costumes, está disponível um “quepe” para oração chamado taqiyah.

Foto divulgação Mesquita Omar Ibn al-Khattab

Segundo passo da imersão

Agora começa a segunda etapa do ciclo, desta vez em direção a uma sala de vídeo. Há dois telões nesta sala. O local é um auditório. As cadeiras são divididas em duas fileiras. À direita sentam as mulheres, à esquerda os homens. A sessão pode durar entre 15 e 20 minutos. O vídeo é apresentado em português, espanhol e inglês.

Paralela a esta sessão, há uma TV que apresenta uma transmissão direta da peregrinação de Meca, da Mesquita na Arábia Saudita onde estão os símbolos mais sagrados do Islamismo. Samia Serhan, guia da Mesquita, explica que há duas peregrinações em Meca. Uma é a grande peregrinação chamada “Hajj” que é um dos cinco pilares do Islam, sendo obrigatórios para todo muçulmano pelo menos uma vez na vida, se tiver condições físicas ou financeiras.

O vídeo mostra a peregrinação chamada “Omraa” que acontece todos os dias e pode ser feita quantas vezes quiser. Diferente à peregrinação maior (hajj), a “Omraa” ela é reduzida. O Hajj, peregrinação maior e obrigatória, acontece uma vez ao ano. Algumas etapas da peregrinação é a volta ao redor da Kaaba, uma estrutura no centro da Mesquita, tendo como referência a “Pedra Negra”. Os peregrinos dão sete voltas ao redor da Kaaba e podem beber da água medicinal do poço de Hagar, conhecido como “Zamza”, ordenado por Deus, para que o anjo Gabriel abrisse o poço medicinal. A ida até este poço é um vai e vem sete vezes, explica Samia.

No final desta etapa, o visitante pode ganhar um pequeno Alcorão (Kuran) traduzido para o Português e pode ainda levar gratuitamente um ou mais livros sobre o Islam disponíveis no local. À entrada deste espaço há uma área com fotos emolduradas de paisagens pensadas especialmente para os momentos “instagramáveis” dos visitantes.

Foto divulgação Mesquita Omar Ibn al-Khattab

Terceiro passo da imersão

Só depois desta “experiência”, o grupo de visitantes passa para a terceira etapa do ciclo da visita: entrar na Mesquita. Os visitantes entram pela porta principal do local, e têm uma visão ampla do espaço de oração. De frente está o piso atapetado com espaço destacado para cada fiel nas horas de orações que são cinco por dia. A primeira começa aproximadamente às 5h20 da manhã, variando conforme a lua.

O visitante não pisa no espaço dedicado à oração, ou seja, no tapete azul gigante com demarcações indicando a direção de Meca. A área de oração é delimitada por uma “corda”. Nesta área delimitada os visitantes não precisam tirar os sapatos como era exigido antes da remodelação da visita.

Depois da visitação à mesquita em si, os visitantes passam para a quarta e última etapa: a loja e o espaço de “convivência”. Hijabs (véus) de vários estilos são vendidos, além dos importados, há os produzidos por empreendedores da comunidade muçulmana local. Uma novidade na lojinha são as lamparinas para o Ramadã (Ramadan) o mês sagrado que este ano (2023) iniciou no dia 22 de março.

Ingressos — Os custos para visitar a Mesquita são:

R$ 30,00 (valor integral);
R$ 15,00 (meia entrada, para estudantes de 08 a 16 anos, idosos acima de 60 anos, estudantes acima de 16 anos com comprovante, ID Jovem, Militares Brasileiros, PCD – portadores de deficiência, doadores de sangue regulares);
R$ 10,00 (para moradores de Foz do Iguaçu). Para crianças menores de 08 anos e autistas a entrada será gratuita e o acompanhante tem direito a meia entrada.

Os ingressos poderão ser adquiridos em: www.mesquitafoz.com.br ou diretamente na bilheteria no Centro de Recepção.

 

Compartilhe:

Facebook
Twitter
LinkedIn

Posts relacionados

Visit Iguassu na WTM Latin America 2024

Com intensa agenda de reuniões, o Visit Iguassu está presente na feira internacional de turismo, a World Travel Market Latin America. A WTM atrai, por ano, 27 mil profissionais e